Azul implementa nova estratégia com foco em eficiência e controle de perdas
Após registrar prejuízo de R$ 8,2 bilhões em 2024, impactada pela variação cambial e despesas financeiras, a Azul anunciou medidas para fortalecer a governança, otimizar a malha aérea e impulsionar a geração de caixa.
A companhia aérea encerrou 2024 com uma receita líquida de R$ 19,5 bilhões, crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior. O Ebitda atingiu R$ 6 bilhões, um aumento de 16,4%. Apesar do avanço operacional, o prejuízo líquido se ampliou, refletindo os desafios financeiros.
O CEO John Rodgerson destacou que a Azul sempre foi rentável na operação, mas o endividamento durante a pandemia elevou as despesas financeiras. A nova diretriz é clara: crescimento com redução ou manutenção do custo fixo. “Temos tolerância zero para perdas. Se uma rota não for lucrativa, será ajustada”, afirmou.
Reestruturação e aumento de capital
A Azul aprovou um aumento de capital com aporte de US$ 10 a US$ 20 milhões pelos acionistas controladores, incluindo o fundador David Neeleman, que manterá cerca de 4% de participação. A empresa também reduzirá o número de conselheiros de 13 para 9, adicionando dois representantes dos bondholders a partir de abril.
Malha aérea e expansão
Em 2019, a Azul operava 119 cidades, chegando a 160 durante a pandemia. Atualmente, atende 150 destinos, ajustando frequências para maximizar a rentabilidade. “Encerramos rotas inviáveis, mas reforçamos outras estratégicas”, explicou Rodgerson.
A empresa prevê a entrega de novas aeronaves Embraer, apesar dos desafios globais com motores. A expectativa é que a frota se amplie gradualmente ao longo de 2025.
Perspectivas e fusão com a Gol
Embora a Azul e a Gol avaliem a possibilidade de fusão, Rodgerson enfatizou que as companhias operam de forma independente enquanto aguardam a análise regulatória. “Estamos focados em aprimorar a eficiência e manter a sustentabilidade financeira, independentemente do desfecho da fusão”, concluiu o executivo.
A Azul segue determinada a superar as adversidades, apostando na reorganização e na busca contínua por maior competitividade no mercado aéreo brasileiro.